quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Histeria e hipocrisia no país das “bravatas”

Diante da exacerbação do furor estéril de setores de uma sociedade combalida em suas inúmeras “amarras” e anestesiada pela mais profunda hipocrisia, como cidadão, no gozo da plenitude do inalienável direito natural de indignação, não poderia passar ao largo de uma sub reptícia orquestração contra a jornalista paraibana Rachel Scherazade. 

Desde logo, sustente-se que aqui não estamos a profanar qualquer bairrismo para com a conterrânea, mas de sublinhar algo tão vil e sórdido, muito digno dos truques utilizados por Gobbels, aquele mesmo responsável pela propaganda nazista da Alemanha de Hitler.

Querer imputar a jornalista supracitada a pecha de defensora da contraordem é o hiperdimensionar uma opinião que simplesmente vai de encontro aos “mimos” de pseudo representantes de uma sociedade que não se indigna para os reais problemas de um país anêmico em sua postura de nação. Ora, para muitos de nós, aprisionados em nossas “gaiolas de luxo”, é muito fácil tecer loas acerca do enfrentamento da violência, enquanto os outros – isso sim, os outros – estão do lado de fora, esquecidos até de que são gente como a gente.

A opinião da jornalista deve ser respeitada, assim como a dos que contrariamente pensam, posto que somos uma democracia, apesar de muitos acharem que não. Quer maior apologia ao crime que continuar incentivando esse Estado sob o qual estamos “guardados”? Integramos – e aí também me incluo, uma sociedade leniente diante de suas verdadeiras chagas, porque escolhemos errado nossos “representantes” e, ainda, porque nada fazemos para mudar o que porcamente está posto.

Somos hipócritas quando dizemos que o crime deve ser tratado pelo Estado quando esse mesmo Estado, por exemplo, “abriga” em seus presídios quase 40% de presos provisórios, ou seja, que aguardam o posicionamento da justiça, condenando-os ou absorvendo-os. Chega de hipocrisia!

Se a democracia vale para Maria, João ou Joaquim, também se aplica à Rachel, não é verdade? É preciso que coloquemos de lado as bravatas e façamos o que verdadeiramente importa para essa e para as futuras gerações de um Brasil, esgotado de ser apelidado de país de futuro, embora nunca cheque.

Aos que porventura discordem do presente, o respeito de quem acredita que ninguém é dono da verdade. Da mesma forma, aos que assim também comungam, sem tirar nem por, ab imo ad sumsum, é o que tenho dito.


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