Diante da exacerbação do furor
estéril de setores de uma sociedade combalida em suas inúmeras “amarras” e
anestesiada pela mais profunda hipocrisia, como cidadão, no gozo da plenitude
do inalienável direito natural de indignação, não poderia passar ao largo de
uma sub reptícia orquestração contra a jornalista paraibana Rachel Scherazade.
Desde
logo, sustente-se que aqui não estamos a profanar qualquer bairrismo para com a
conterrânea, mas de sublinhar algo tão vil e sórdido, muito digno dos truques
utilizados por Gobbels, aquele mesmo responsável pela propaganda nazista da
Alemanha de Hitler.
Querer imputar a jornalista
supracitada a pecha de defensora da contraordem é o hiperdimensionar uma
opinião que simplesmente vai de encontro aos “mimos” de pseudo representantes de
uma sociedade que não se indigna para os reais problemas de um país anêmico em
sua postura de nação. Ora, para muitos de nós, aprisionados em nossas “gaiolas
de luxo”, é muito fácil tecer loas acerca do enfrentamento da violência,
enquanto os outros – isso sim, os outros – estão do lado de fora, esquecidos
até de que são gente como a gente.
A opinião da jornalista deve ser respeitada,
assim como a dos que contrariamente pensam, posto que somos uma democracia,
apesar de muitos acharem que não. Quer maior apologia ao crime que continuar
incentivando esse Estado sob o qual estamos “guardados”? Integramos – e aí
também me incluo, uma sociedade leniente diante de suas verdadeiras chagas,
porque escolhemos errado nossos “representantes” e, ainda, porque nada fazemos
para mudar o que porcamente está posto.
Somos hipócritas quando dizemos que o crime
deve ser tratado pelo Estado quando esse mesmo Estado, por exemplo, “abriga” em
seus presídios quase 40% de presos provisórios, ou seja, que aguardam o
posicionamento da justiça, condenando-os ou absorvendo-os. Chega de hipocrisia!
Se a democracia vale para
Maria, João ou Joaquim, também se aplica à Rachel, não é verdade? É preciso que
coloquemos de lado as bravatas e façamos o que verdadeiramente importa para
essa e para as futuras gerações de um Brasil, esgotado de ser apelidado de país
de futuro, embora nunca cheque.
Aos que porventura discordem do
presente, o respeito de quem acredita que ninguém é dono da verdade. Da mesma
forma, aos que assim também comungam, sem tirar nem por, ab imo ad sumsum, é o que tenho dito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário