terça-feira, 8 de novembro de 2011

O RETONO DO GRANDE LÍDER


A democracia começa a quitar uma grande dívida com a Paraíba. Um contencioso acumulado ao longo dos últimos anos, notadamente nas últimas duas eleições estaduais, marcadas pela consagração popular de um homem e a incerteza quanto a seu futuro político.

A trajetória do grande líder paraibano, sempre delineada pelo esplendor das vitórias, começou a ceder espaço nos últimos anos a sucessivos reveses jurídicos, impondo-lhe irreparáveis sanções, inclusive a perda de mandato de governador. Irresignado com a aplicabilidade de tão grave pena preferiu respeitar as instituições, adotou o silêncio como resposta, procurou o exílio como remédio de suas “chagas” e foi buscar na família o conforto para superar a tempestade que teimava não passar.

O traço inspirador do poeta o convenceu a conter a raiva e assim o fez contando os dias na espera da volta. Numa clara e inequívoca demonstração de revolta com o ocorrido preteritamente, os paraibanos foram às urnas consagrá-lo novamente, de quebra, destronando aqueles que um dia lhe arrebataram do governo pela via indireta.

A democracia republicana restabelece a caminhada do grande líder, devolvendo naquele instante o que lhe era de direito, um mandato legitimamente conquistado através de mais de 1 milhão de sufrágios advindos de todos os recantos de uma Paraíba ávida em devoção por um de seus mais ilustres filhos.

Estonteado com a demonstração de carinho do seu povo, o grande líder foi surpreendido por mais um duro golpe. A chancela popular não foi suficiente para ascensão ao senado. Um terceiro colocado assumiria a condição de senador, apoiado por uma grande confusão criada por legisladores inertes e referendada por um judiciário cada vez mais influenciado por minorias organizadas a partir dos chamados “grupos de pressão”. Ancorada pelo espírito da ética e da promoção da moralidade, a chamada lei da “Ficha Limpa” impôs insegurança quando o momento deveria ser de segurança, jogando por terra princípios consagradamente históricos.

O calvário persistia e o grande líder fez o que os verdadeiros homens fazem na adversidade: lutar. Desbravou uma luta desproporcional. Fez da incredulidade de muitos o combustível para perseverar numa causa que não mais era só sua. O grande líder persistiu e aos poucos foi ganhando a torcida até dos adversários. Esse movimento o contagiou e revigorado pela mesma força que o fez vencedor em todas as eleições que disputou, o grande líder viu a Corte Constitucional promover o que Johannes Hessen tão bem preleciona: “o sentido axiológico do direito é a realização de justiça”.

O STF aplicou o direito, cumpriu a indelegável missão de guarda de nossa carta Magna e se fez voz ativa e altiva na defesa do texto constitucional, preservando conquistas imprescindíveis e salvaguardando direitos, bem como garantias fundamentais, honrando o papel de ser a pedra angular de nosso sistema normativo. O Supremo escolheu o bom direito e assim preservou a democracia, o fazendo sem jogar fora a essência de uma proposta moralizadora, apontando para outro momento mais oportuno sua regular e completa vigência.

O grande líder retoma a trajetória vitoriosa de quem já foi deputado federal por duas vezes, prefeito por três mandatos, superintendente da SUDENE e governador por duas oportunidades. Em que pese a pouca idade, muito mais maduro e calejado para os embates vindouros, sabedor do relevante papel que tem perante seus pares e, sobretudo pronto para responder com muito trabalho o tempo perdido por ele e pela Paraíba, o grande líder sabe que cresceu com tudo que vivenciou e pela via crucis enfrentada nos últimos tempos. Ele só não tem a dimensão de quanto, pois a medida de sua força apenas o tempo dirá, muito embora compreenda o tamanho do desafio maximizado pela expectativa de muitos milhares de paraibanos e paraibanas.

Dia 08 de novembro do ano da graça de 2011 é a data do recomeço da trajetória de um dos grandes líderes paraibanos da contemporaneidade. Um acontecimento que não só marcará a vida do filho de Glória e do poeta Ronaldo, mas um fato esperado por uma verdadeira legião de admiradores, simpatizantes e torcedores do político e do homem Cássio Rodrigues da Cunha Lima.

* Ivandro Oliveira é jornalista e estudante de Direito

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