Jornalista, graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), formado em Direito pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba (FESP). Com passagens pelo radiojornalismo, onde atuou como produtor, repórter, editor e apresentador, especializou-se em assessoria de comunicação e atualmente é gestor de Comunicação e Marketing da Unimed Norte/Nordeste.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Cássio dá o tom e começa a vencer a "guerra da comunicação"
Nem mesmo as ameaças de suspender os repasses de verbas publicitárias do Governo do Estado surtiram efeito. Toda a programação de mídia, preparada pela Secretaria Institucional de Comunicação para marcar um ano da administração governador José Maranhão (PMDB), veio abaixo no dia seguinte, com a primeira entrevista da semana dada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) na 100.5 FM, no programa 'Paraíba Notícia', apresentado pelos jornalistas Adelton Alves e Edmilson Pereira.
O Governo do Estado tem R$ 18 milhões para gastar com a Comunicação. A falta de estratégia para divulgação das ações da atual administração ficou patente. A entrevista coletiva foi convocada para o Palácio da Redenção, na segunda-feira passada (22.02).
A sala onde o governador deveria receber os jornalistas ficou apinhada de auxiliares e aliados. Os profissionais de imprensa foram relegados a segundo plano. Essa falta de atenção com os jornalistas rendeu duras críticas até do Sistema Correio de Comunicação, de propriedade do senador Roberto Cavalcanti (PRB), que herdou o mandato depois da cassação do ex-governador. No programa 'Correio Debate', o apresentador Gutemberg Cardoso criticou abertamente a secretária de Comunicação do Estado, Regirlene Guimarães, atribuindo-lhe todas as dificuldades que a imprensa enfrentou.
No mesmo dia, vários blogs e sites já antecipavam a entrevista de Cássio na 100.5. Foi o bastante para a solenidade das comemorações de um ano de Maranhão fossem reduzidas aos registros dos jornais impressos, especialmente o 'Correio da Paraíba'. Por mais que tentasse reduzir os espaços na mídia tradicional, a Secretaria de Comunicação não teve como estancar o replique da matéria sobre a entrevista do ex-governador em vários sites espalhados pelo Estado.
Na terça-feira (23), em menos de uma hora de entrevista, o ex-governador empolgou os aliados e jogou por terra toda mídia do Governo. O principal ponto de sua entrevista na 100.5 foi o anúncio do 'encontrão das oposições'. "Na Paraíba, infelizmente, só tem dois lados na política: governo e oposição. Queremos reunir toda a oposição", anunciou Cássio.
Depois dessa entrevista, reproduzida em todo o Estado por uma cadeia independente de emissoras de rádio, obrigou a outros veículos de porte maior correr atrás do prejuízo editorial e abrir espaços para que o ex-governador pudesse falar. No mesmo dia, Cássio foi a TV Master. Na quarta (24) estava na TV Miramar, entrevistado por Giovanni Meireles e Marconi Ferreira, ao meio-dia. Na quinta (25) concedeu nova entrevista à uma cadeia de rádio, capitaneada pela 101.5 (Paraíba Sat), no programa 'Paraíba Agora', apresentado por Célio Alves, Cláudia Rodrigues e Arimatéia Souza.
Além da artilharia da oposição, disparando onde a verba publicitária do Governo do Estado não alcança, o Governo ficou acuado diante do tiroteio do fogo amigo. O deputado estadual Quinto de Santa Rita (PMDB) atacou o sobrinho do ex-governador, Benjamin Maranhão, acusando de usar a PBTur para realizar shows para promover sua candidatura à Câmara Federal.
O constrangimento da Comunicação do Estado foi tanto que contaminou até os deputados estaduais da base aliada do Palácio da Redenção. A propósito de se antecipar à uma denúncia, o líder da oposição, Gervásio Filho (PMDB), foi aconselhado a subir na tribuna e denunciar que estavam 'armando' a publicação de uma lista de um suposto mensalão envolvendo governistas. Foi o bastante para a imprensa descobrir as especulações e leva-las para os portais e sites.
A guerra da mídia, durante toda a semana, teve como vencedor, com ampla vantagem sobre todo o aparato de Comunicação financiado pelo Governo do Estado, o ex-governador Cássio Cunha Lima. Justamente nessa semana, surgiram os primeiros desconfortos públicos entre o PMDB, o PT e o PRB, do senador Roberto Cavalcanti. Também surgiram as primeiras especulações de que, na reforma que o governador pretende realizar em abril o nome da secretária Regirlene Guimarães, conhecida como Lena, constaria da lista de dispensa a ser preparada por Maranhão.
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